A capa de setembro da revista Super Interessante, editada pela Ed. Abril, saiu com o título: “Extremismo Evangélico”.
O subtítulo: “Milícias atacando cultos de outras religiões, minorias acuadas, teocracia no Congresso. Entenda como alguns radicais ameaçam incendiar o Brasil com ódio religioso”.
A primeira coisa a dizer é: Não há nenhuma surpresa. A revista é defensora de todas as atuais “causas progressistas”, nome abrandado para “causas da esquerda secular”.
A “Super” como se auto-apelida não faz segredo de sua militância pela descriminalização das drogas, mais do que isso, faz apologia do uso da maconha, publicando reportagens parciais que ignoram consensos científicos sobre os danosos efeitos do uso prolongado da droga.
Sobre a causa gayzista, inclusive abordada na reportagem, não preciso sequer dizer! A revista veste a camisa com o arco-íris! O mesmo ocorre com o aborto, além das bestiais reportagens pretensamente históricas sobre Jesus e/ou o cristianismo. Qualquer boato infundado vira capa.
Assim, havendo uma reportagem sobre os evangélicos em tal publicação, já se espera que seja em tom de contrariedade.
Perante o exposto, eu já sabia que viria pancada, mas acreditei que haveria uma mascarada tentativa de demonstração de isenção. Tática velha. Bateriam muito, mas abririam um espaçozinho para alguém fazer o “contraponto”. Para cada dez pancadas um assopro.
Seria o mínimo admissível para uma publicação do Grupo Abril, o maior do Brasil no setor.
Mas nem a isso se prestaram. Não há qualquer “respiro”. A reportagem diz simplesmente, de cabo a rabo, que os evangélicos estão aumentando em número e proporção e que isto representa um perigo para a estabilidade da nação!
Segundo ele, estamos entocados dentro das igrejas, formando grupos bélicos dispostos a impor o cristianismo na porrada!
A reportagem se abstém de distinguir o literal do metafórico. Informa a centenas de milhares de leitores, muitos destes alheios ao funcionamento real de uma igreja evangélica, que planejamos tomar o Congresso para estabelecer uma ditadura cristã!
Por fim, sugere ainda que a existência de evangélicos moderados (que no caso, são os de esquerda, tanto que o exemplificado é o “pastor” Ricardo Gondim, que disse certa vez: “Deus nos livre de um Brasil evangélico”!) é a única solução para conter o avanço dessa “agenda agressiva”.
Mesmo Olavo de Carvalho, católico, com sérias restrições ao protestantismo, publicou em seu facebook que a Super Interessante deveria ser processada por crime de ódio contra os evangélicos.
Não vou tão longe, embora não irei recriminar quem o for, mas recomendo que pelo menos enviemos e-mails à Redação, manifestando nossa indignação.
O e-mail é: superleitor@abril.com.br
Enviei o meu, que copio abaixo:
“Parcial, ofensiva, rasa, incapaz de distinguir o que é metáfora do que é literal.
Acho interessante o modo como os evangélicos sempre são rotulados como propagadores do ódio, mas aqueles que propagam o ódio contra os evangélicos são sempre almas nobres, mensageiros da paz e da justiça.
Os evangélicos se escudam na Constituição, que lhes garante liberdade de crença, para ter seus conceitos de certo e errado. Mas de forma alguma há propagação de ódio ou intolerância. Cremos que algumas práticas são pecaminosas e impróprias à luz da Bíblia, nosso manual de conduta, mas não impedimos ninguém de praticá-las.
O uso de casos isolados, que representam absurdos, mas que ocorrem não apenas no meio evangélico, mas em todos os outros, INCLUSIVE NO LAICISTA, revela a parcialidade, já que a ocorrência em outros meios não suscita as mesmas reações.
Os evangélicos são pessoas pacatas, que realizam obras assistenciais inequiparáveis dentro do país, e merecem ser respeitados, pois são cidadãos pagadores de impostos que vivem dentro da lei.
Que qualquer abuso seja denunciado de acordo com a legislação vigente, punindo os responsáveis, mas somente eles, e não mais de 40 milhões de evangélicos inocentes.”
Renan Alves da Cruz
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