A URGÊNCIA DE MODELOS

Nestes últimos  três meses a mídia deu intensa cobertura a um fato quase que esquecido da sociedade brasileira, o "mensalão" que derrubou ministros e superou a marca dos escândalos no Brasi. Ness ínterim a figura sóbria,  a figura austera e polêmica do ministro Joaquim Barbosa, deu um tom especial ao cenário. O ministro teve a coragem de tocar em em símbolos intactos da corrupção neste país, o que gerou aplausos e o transformou em celebridade, com direitos a fotos e até fantasias de carnaval. Longe de entrar no mérito do julgamento, me proponho a tecer alguns pontos são bastante positivos para refletirmos.

1. A SOCIEDADE NECESSITA DE MODELOS.

Lembro-me da frase de um ícone da MPB, que dizia "Os nossos heróis morreram de overdose." As gerações passadas viviam e se inspiravam na letra tão bem expressada pelo poeta.

Cada geração tem o seu modelo inspiracional. A  da geração de 60 foram os Beatles que representou o gatilho para a liberação da droga e do "sexo livre". Um modelo inspira, induz e conduz. A dois anos passados uma revista de  circulação nacional publicava em sua capa "OS DONOS DO PODER" com imagens dos maiores narcotraficantes do país. Todos eles jovens com menos de quarenta.

Fiquei pensando no impacto de uma reportagem como essa na cabeça da juventude. Esses ícones da crime com certeza estão influenciando as nossas novas gerações que o caminho mais fácil para o sucesso, fama, poder, luxúria não passa pelas nossas escolas, mas pelo esgotos da narcotráfico.

2. A NECESSIDADE DE MODELOS

Os modelos não caem do céu, eles nascem, crescem e são formados em casa, nesta microcélula  chamado família. No aconchego do lar são criados santos e demônios. Na sociedade são apresentados os modelos que queremos, mas os que vão permanecer são os que nos inculcaram em casa.

Joaquim Barbosa,  teve uma mãe evangélica que com certeza o influenciou positivamente, acredito.

3. OS HERÓIS E HEROÍNAS DAS FAMÍLIAS


Todos os dias as telenovelas apresentam modelos de comportamento a serem seguidos pela sociedade. O herói da novela é o marido que tem um caso com a secretária, é a esposa mal amada, que navega nos sites relacionamento extra-conjugal virtual, o bad-boy. São modelos retirados cultura de esgoto que prevalece e invade as famílias, inclusive as cristãs.

4. EXEMPLOS A SEREM COPIADOS

Não só a postura de Joaquim Barbosa, mas de outros personagens anônimos que devolvem sacolas de dinheiro encontradas nos aeroportos merecem o nosso respeito e que sejam situados nas escolas e igrejas como exemplos a serem seguidos.

Aí está uma boa oportunidade para as nossas crianças orientadas pelos pais e professores responderem àquela célebre pergunta que todos nós encaramos na escola: "O que você quer ser quando crescer?"

A QUEM INTERESSA O NOSSO SILÊNCIO?

"O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons." (Pr. Marthin Luther King)


 

O poder da palavra é uma ferramenta essencial para o fazer do sacerdócio. Sem ela a Igreja perde  uma função importante de denunciar o pecado e os descaminhos da sociedade, bem como fazer uma autocrítica do seu papel. Sutilmente a institucionalização do silêncio vem  assoprando dentro dos nossos templos,  com a proibição de se falar ou fazer qualquer comentário sobre política dentro dos templos. Entendo e concordo que a "políticagem" deve ser evitada a qualquer custo. Porém as lideranças eclesiásticas precisam ensinar e combater dentro dos nossos templos a lei do "toma lá, da cá." A melhor maneira é ensinar os princípios da ética cristã bíblica e viver o que prega. Mas voltado ao nosso tema, a quem interessa o silêncio dos pastores e líderes. Qual é a comunidade que mais comporta entre quatro paredes tantas pessoas ao mesmo tempo?  Qual é a comunidade que mais cresce? Quem empurrou nas últimas eleições a candidatura de Dilma para o segundo turno e levou a  então candidata a sentar na mesa e conversar sobre assuntos que nos são caros e preciosos, como a vida, "kit gay" nas escolas? No primeiro turno das eleições municipais em São Paulo o candidato petista  Fernando Hadad se sentindo acuado pelo apoio das igrejas a Celso Russomano, gritou:"Não devemos jogar fora uma conquista da democracia que é o Estado laico." O que eles querem e evitar a todo o custo que a comunidade evangélica opine naqueles assuntos que são a pedra de toque do petismo. E a forma de se fazer isto é impedir através de uma "mordaça legal" que o pastor venha orientar,( o que não acontece), mas que pode acontecer sobre a participação da igreja no processo de cidadania. Quem melhor para orientar o rebanho do que o seu próprio líder? Qual é a melhor pessoa para falar sobre droga, senão os próprios pais?

PALAVRAS DO MINISTRO

O ministro Gilberto Carvalho deu o tom  de suas intenções, numa fala no início do ano ele afirmou: "a oposição virou pó e que a próxima batalha ideológica será com os evangélicos conservadores, que têm uma visão do mundo controlada por pastores de televisão". Na análise pouco pura mais simplificada do dircurso do ministro do governo Dilma, esta uma senha para calar a boca da igreja representanda por líderes como Malafaia, que vem mobilizando a para cumprir com o seu papel de "sal" e "luz."

PASTOR PODE E DEVE DENUNCIAR AS MAZELAS SOCIAIS

A Constituição em seu Art. 5º ,IV  afirma: " é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;" O pastor ou líder é um cidadão e como tal pode e deve manifestar a sua opinião e orientar o seu rebanho, sem restrições.É estranho como estão desrespeitando abertamente a nossa Carta Magna, com artifícios estranhos e astúcia vão tentanto nos confinar em nossas quatro paredes e com isso arrancando o nosso direito de expressão.